Wednesday, February 22, 2012

Presença

Quando ele chega,
já nao mais lhe consome
aquele calor que lhe enchia o ser,
inflava os pulmōes tanto que lhe faltava ar,
lustrava-lhe os olhos,
umedecia-lhe a boca...
... e o resto

Quando ele chega,
é bom. Ja voltou a ser...bom.
Mas nao que lhe faça pular feliz antes das 7;
Nao que lhe faça pular noites de sono, por esse ou outro motivo;
Nao que lhe mova;
Nao que lhe faça sentir
querer...

Quando ele chega, é a certeza de jamais poder ter vivido o que nao existira
Embora certas sejam as teimosas lembranças de tal tempo.

Quando ele chega,
é o vazio que ficou,
é a benção que se despiu
de todas as promessas
é a admiração que se foi
mutuamente
é ter se afastado da visão daqueles olhos;
é ter curado a cegueira;
é sentir-se míope;
é se ver através das lentes
trocadas por conveniencia,
focadas
lá e cá.
Diferentes processos de revelação
e entender que muito mais do que se espera
nao passava de negativos
guardados em lugares secretos
ou apenas memórias
Quantos mais?

Quando ele chega,
é ver as nítidas cores de um slide
tornarem-se apagadas,
indesejadas,
ou apenas distantes
É sentir o sufocar
dos belos versos
que nao mais tem porque existir,
que de fato ja não mais existem,
pois aqueles palavras ja se referem ao que nunca foi.


Quando ele chega,
é promessa de complitude
que se foi.
É arrepender-se por nao manter seus segredos.
É ponderar.
Possível querer d'outro jeito
o que ja se pensou ter mais que o querido?
E duvida.
Mais do que confiar no que se alcança do outro,
confiar no que se faz capaz de ver,
confiar em si.

Quando ele chega
é perder-se nas brumas
é sentir-se abandonada por desejos
dele, seus;
é sentir só
amor
tão só
quanto amor pode passar a ser.








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