Wednesday, February 6, 2013

Holofote Fugaz

Que basta se queres esconder?
A vida aparece. O eu aparece.
Cada canto empoeirado da alma. Sob holofotes.
Por segundos que seja.
E tantas vezes meus olhos estão logo ali. Correndo por aquele canto.
Que me basta não querer ver?!
Acabo sempre com a visão nos cantos sujos.
Fosse só sujeira. Mas a mentira também. E distância.
E tudo repetido. Mudam os endereços. Virtuais ou não.
Mas eles nunca jamais procuram meu código postal. 
Apenas para cartas de um amor declarado pras massas.
E o resto é um raso filme de romance. Daqueles que te fazem pensar por 90 minutos que é feliz.

Não faço idéia alguma se ainda sabes quem és.
Nem eu. Digo, de você. De mim, sei.
De mim, descobri que aquela descoberta de que valia deixar os conceitos de lado
procurar novos rumos, que o extraordinariamente bom seria possivel...
...descobri que era ilusão mesmo. Que muita coisa eu já sabia. Tava certa.
Não do eu que se esconde. Mas da vida como se segue.
E dela não consigo mais partir para outra. 
Porque cada vez que tento, 
passa uma luz de holofote pelos meus olhos. 
Apontando o que eu virei o rosto para não ver nunca mais.
Mas tá lá. Num tem jeito. Nem fechando os olhos.
Porque quem enxerga não consegue viver na cegueira completa.
E eu,
eu fico tentando evitar. Mas ele passa. Rapido e fugaz. Mas passa.
E cada vez eu fecho os olhos com mais força, 
mas as memórias vem mostrar que não adianta mais. 
Se é que algum dia isso foi solução.
Eu,
eu quero amar alguém que não precise se esconder de mim.
E ser amada por quem não me precise como fachada pra si mesmo.
Eu queria que fosse você. Mas não tem sentido que ainda sustente isso.
Uma vontade que num existe. Não de mim. Infelizmente.
Eu queria que não fosses quem vou culpar por destruir meus sonhos.
Mas foi. É.
Não faz idéia de como. Quanto.
Destruiu tudo. Sobrou uma carcaça de mim que estou mantendo para me manter de pé.
E planejar uma fuga. Do eu que ainda te ama. Antes que me arranque os olhos.
Pois o coração já sucumbiu de vez.

E estou eu culpando o mundo. Os deuses. Praguejando. Porque sou assim? A unica idiota que ainda achava que aquilo tudo podia existir. E pior...comigo e para mim.



No comments:

Post a Comment