Hoje, foi o fim de tudo. Ou quase.
Nao quase o fim. Mas o fim de quase tudo.
A vontade mostrou-se ausente.
Nem dissimulacao disfarçou
as musicas que j'a nao mais lembram a mim.
Sinto, enfim, o peso da razao
do corpo pesar so pensar buscar papel e caneta
pra escrever quaisquer versos.
Belos, hoje, pensei. Inspirado pelas lendas de ontem.
Pelos sonhos que nada tem a ver contigo.
Mas esses fogem e nao retornam.
Ficam e voltam apenas aqueles meus tormentos.
Os mesmos que nao consigo definir.
O corpo pesa.
A mente nubla.
O estomago gira.
E queima. Queima minh'alma como louco no inferno.
Aquele violao dedilhado a esmo
foram facadas no que restou de mim
Foi ponto
final. nao paragrafo.
Foi fim. De qualquer anseio esperançoso.
Fim.
Mesmo sem pode dizer se
o sonho que inspirou deixou de expirar.
Pra que esperar saber se
qualquer jeito foi-se. Fim.
Adeus quimera em mim.
Sunday, September 2, 2012
Tuesday, August 21, 2012
Fogueira. Sem vaidade.
Bosta de peito que queima com ódio e nao com amor.
E o peito responde à cabeça, que queima do amor que ela não soube cuidar.
Cuidar que fosse verdadeiro. Mas se até os olhos estiveram inebriados...
Olhos, derreteram-se por tanto mais. Agora, só se querem fechar de decepção.
E tédio. Quem diria. Quanto tédio.
De que importa. Importa que aperta, queima, rumina, finge dar folga e a retomada é faminta.
Sufoca. Ameaçar gritar, só piora.
Como exterminar isso do peito? E da mente?
Sofrem. Transbordam fel.
Inferno. Astral. Carnal. Mental.
Parece que a raiva alimenta um oscilador.
Ao decair a onda de ódio que reverbera no ser, renova-se o pulso. E mais, e mais.
Nao podia ser tudo um mal entendido mesmo?
Mesmo nao fosse.
Nao lhe importaria em tentar conversar se lhe importasse?
Contigo.
Em lhe olhar que fosse.
Em lhe ouvir que fosse.
Foi-se.
Acho que foi-se todo meu desejo.
De mim.
De qualquer um.
De qualquer lugar.
De qualquer coisa.
Mas não foi qualquer coisa que se foi.
Essas ficaram. Pra me atormentar.
Pra me deixar na fogueira dentro de mim.
E ver o reflexo do estrago ao me olhar.
E o peito responde à cabeça, que queima do amor que ela não soube cuidar.
Cuidar que fosse verdadeiro. Mas se até os olhos estiveram inebriados...
Olhos, derreteram-se por tanto mais. Agora, só se querem fechar de decepção.
E tédio. Quem diria. Quanto tédio.
De que importa. Importa que aperta, queima, rumina, finge dar folga e a retomada é faminta.
Sufoca. Ameaçar gritar, só piora.
Como exterminar isso do peito? E da mente?
Sofrem. Transbordam fel.
Inferno. Astral. Carnal. Mental.
Parece que a raiva alimenta um oscilador.
Ao decair a onda de ódio que reverbera no ser, renova-se o pulso. E mais, e mais.
Nao podia ser tudo um mal entendido mesmo?
Mesmo nao fosse.
Nao lhe importaria em tentar conversar se lhe importasse?
Contigo.
Em lhe olhar que fosse.
Em lhe ouvir que fosse.
Foi-se.
Acho que foi-se todo meu desejo.
De mim.
De qualquer um.
De qualquer lugar.
De qualquer coisa.
Mas não foi qualquer coisa que se foi.
Essas ficaram. Pra me atormentar.
Pra me deixar na fogueira dentro de mim.
E ver o reflexo do estrago ao me olhar.
Linha do Tempo
Hoje, mexendo na linha do tempo,
Reparei que ela puiu
Sujou,
Percebi que resgatei passado que vai longe
Enroscou presente
Deu nó pro futuro
Falta inspiração e talento
Mas nao falta, aqui no peito,
Certeza que nao quero levar
Fui desatar nó e acabei presa
Desfiando desejos que nem notava carregar
Desfiando como rosário
Lamentando só lamentar
Nós se apertam
Afrouxam-se os laços
Nem sei mais que é amar
Pois que amor é espaço
Mais de peito tão vazio,
nem assim consigo voar
Que um dia esse ninho
me sirva ao cansar de planar
Nem que seja de rede
Companhia inanimada pro fundo do mar
Reparei que ela puiu
Sujou,
Percebi que resgatei passado que vai longe
Enroscou presente
Deu nó pro futuro
Falta inspiração e talento
Mas nao falta, aqui no peito,
Certeza que nao quero levar
Fui desatar nó e acabei presa
Desfiando desejos que nem notava carregar
Desfiando como rosário
Lamentando só lamentar
Nós se apertam
Afrouxam-se os laços
Nem sei mais que é amar
Pois que amor é espaço
Mais de peito tão vazio,
nem assim consigo voar
Que um dia esse ninho
me sirva ao cansar de planar
Nem que seja de rede
Companhia inanimada pro fundo do mar
Night and Day
Cada vez mais tortuosas noites. E, dias.
O carinho consolaçao por vezes ameniza o momento. Por outras, so torna tudo pior.
O silencio cresce a vontade de gritar tudo que nao quer sequer repetir pra si. Quao obvia.
Vicio circular. Nem a musica desacelara a rotaçao.
Como uma besta a lutar dentro de si. Crece no escuro. Uma hora acha a chave. Quebra a fechadura. Algum jeito.
E de qualquer jeito vai lhe arrebentar o peito. Aquele ja esmagado, cominuido, e, ainda assim, tao vazio.
So resta tentar, mais uma noite, buscar com que sonhar enquanto a cela segura. Nao ha seguranca qualquer. Todavia, quem sabe ela aproveite e escape de si antes da cela sucumbir à besta.
Perspectiva
Perspectiva. Achava nao poder ser mais distorcida.
Vendo sob outra perspectiva. Singela. Do nivel dos pés. Levantados na pontinha, os da outra. Os dele, bem plantados. Os meus, sem chão.
Olhando debaixo depois de bater a cabeça.
E nem é dor, que a raiva continua maior.
Vendo sob outra perspectiva. Singela. Do nivel dos pés. Levantados na pontinha, os da outra. Os dele, bem plantados. Os meus, sem chão.
Olhando debaixo depois de bater a cabeça.
E nem é dor, que a raiva continua maior.
maldito carderninho
Thursday, June 14, 2012
Descobertas?
Talvez a mesma pergunta esteja se fazendo por aí,
fugindo das suas gavetas que não são do nada.
"Que houve com aquele cara que eu conheci?"
Sobre si mesmo e/ou sobre mim.
Os dois me pergunto. Em tempos diferentes.
Conheci era brisa, era olhar com sol baixo ofuscando?
Ou mudança mesmo percebida em tarde chuvosa?
Foi o eu que conheceu que causou isso?
Que conheceu lá ou depois?
Ou foi o eu tornado depois das mudanças atmosféricas?
Ou desculpa só pro que houve, e que seria mesmo assim. Era ja conhecido. Menos pra mim.
Sabe, rimas não ajudam. Nem atrapalham.
São só alegoria. Às vezes, demais. Que nem sempre alegoria tras alegria, embora quase rimem e, muitas vezes, complementem-se bem. Tão bem quanto achávamos que seria pelo conhecido, mas pelo jeito era mesmo o sol. Será que ele nasce de novo e consegue fugir das nuvens? Ou quem sabe nós estarmos de novo por cima delas? Ruim é a queda quando fica noite e bate um vento. A última vez ainda tá doendo, sabe?
É, acho que não, sabe.
fugindo das suas gavetas que não são do nada.
"Que houve com aquele cara que eu conheci?"
Sobre si mesmo e/ou sobre mim.
Os dois me pergunto. Em tempos diferentes.
Conheci era brisa, era olhar com sol baixo ofuscando?
Ou mudança mesmo percebida em tarde chuvosa?
Foi o eu que conheceu que causou isso?
Que conheceu lá ou depois?
Ou foi o eu tornado depois das mudanças atmosféricas?
Ou desculpa só pro que houve, e que seria mesmo assim. Era ja conhecido. Menos pra mim.
Sabe, rimas não ajudam. Nem atrapalham.
São só alegoria. Às vezes, demais. Que nem sempre alegoria tras alegria, embora quase rimem e, muitas vezes, complementem-se bem. Tão bem quanto achávamos que seria pelo conhecido, mas pelo jeito era mesmo o sol. Será que ele nasce de novo e consegue fugir das nuvens? Ou quem sabe nós estarmos de novo por cima delas? Ruim é a queda quando fica noite e bate um vento. A última vez ainda tá doendo, sabe?
É, acho que não, sabe.
Wednesday, June 13, 2012
Às avessas
Será que sou o oposto de tudo que você conheceu?!
Porque você é quase o avesso do que eu conheci. Não pro mundo, mas pra mim.
Porque você é quase o avesso do que eu conheci. Não pro mundo, mas pra mim.
Monday, June 11, 2012
Lendas
Isso é um conto de fadas. Sim, um livro de lendas. Que como todo livro assim, tem seus protagonistas virtuosos e as bruxas más. E nada é o que parece ser. Nem sempre a bruxa é nariguda. A nariguda pode ser a mocinha. Nem sempre a bruxa é velha e feia. Muitas vezes é só uma menininha egoísta, arrogante e tediosa que se fazendo de poço de fofura e, ora de burra, ora pseudo-intelectual, chamou a atençao de um carinha. Querendo, ambos, alguem pra lhes inflar o ego (e mais alguns esfragacos bem carnais aqui e ali). É, nao existe principe encantado. Nunca acreditei nisso. Mas de repente o caçador poderia ser no fundo um homem..."honrado"? Coerente ao menos? Nada disso. Falastrão. É um canalha egoista comedor de criancinha como todo lobo mau. Ao menos o lobo mostra a cara, as garras e o estrago. O caçador se faz de protetor, mas deixa todo aquele "que" de homen que resolve aparecer. Nao pra sentir-se mais segura a sua companhia. Mas para atrair e abocanhar as jovens bruxas. Esse sempre foi o verdadeiro premio do caçador. As rebarbas, nao a mocinha. A mocinha é a amorosa companhia agradavel e agradecida que permite mostrar como toda aquela força, habilidade e conhecimento pode ser também gentil. Permite mostrar tudo (ou quase tudo) que ele pode produzir e resolver. Mistura explosivamente atrativa, sem precisar sequer apelar pra predicados mais materiais (nesse primeiro momento). A bruxa quer ser mais que as outras bruxinhas pendantes como ela. Quer ser a fofa namoradinha de um fulano, mas a puta do caçador. Quer ser o premio mor de caçada que ele pode vislumbrar mas nao exibir. Vez que tacita relacao jamais declarada certamente sera por fim mais notada que manchete de jornal. Entretanto, que nunca lhe manche a fofura, ou, a ele, a imagem construida. Bem construida, com paredes de vidro, por anos a fio. Pra dar mais raiva por ser idiota quem finalmente enxerga la dentro. Mas o vidro é fosco, e a mocinha nao consegue entrar lá pra ver mais de perto o que é ele de verdade. Se eé que existe alguma verdade no mundo. Sao tudo mascaras e construcoes. Estratagemas. Ela nao sabe se insite no caçador que descobriu amar, se se joga pros lobos, se fica só. Se pede pra acabar logo esse jogo. Odeia ser coitada. Deu uma pausa em tudo pra resgatar habilidades, so pra si. E seguir em frente. Seja qual for a trilha pra onde lhe mandarem os dados na proxima jogada. Ate la, aguarda sua vez.
Tuesday, June 5, 2012
Teste de Interpretação
A guarda era tanta em não admitir o que sentia. Acabou impedida de sentir. Quanto mais descrever sinestesia!
Sinergia é o cacete! Lady ou puta, tanto faz. As palavras se foram descolando de cada página dos archeo-anos. Descolaram-se visceralmente dela, deixando as cores todas vermelhas. Um vermelho seco e escuro e amargo, como sabor de manhã com guarda-chuva. Mas não guardavam era de cinza?
Tanto faz. Daltonismo mesmo. Até sabia, as vezes, que as cores tavam lá, mas o cheiro era tão ruim. Era mofo verde que virou vermelho. Era mofo de estar zumbi.
Ele queria algo sujo e crú. Mas não com ela. Não pra mostrar ao mundo. Um mostrar de cara limpa e peito aberto. Não. Só com a mascára pra bem esconder os traços babuínos. E o cheiro, ninguém sente? Ou serve de atrativo?
Sempre apresentada como espelho.
Que espelho? Ela queria vida de verdade! Mas que que isso é? Existe? Conte-me mais...
Nāãão. Ela queria a verdade dita sonho. Mas foi sonho dito verdade.
A propaganda é a alma do negócio!
Ela ainda tá pensando se propaga a notícia. Chances are...ela foi a última a saber. Ou a processar que era aquilo mesmo que ela vira. Interpretação. Por ele. Quase um Oscar. Dela. Se achava preparada pra passar em vestibular. Teve que reler tudo. E de novo. E de novo. Ainda. Mas ainda não consegue bem, ou mal, admitir. E assim, fica impedida. Por onde romper o ciclo? Cega, surda, muda, sem tato. O paladar provou-se podre.
Fungo pensa? No teatro, talvez.
Sinergia é o cacete! Lady ou puta, tanto faz. As palavras se foram descolando de cada página dos archeo-anos. Descolaram-se visceralmente dela, deixando as cores todas vermelhas. Um vermelho seco e escuro e amargo, como sabor de manhã com guarda-chuva. Mas não guardavam era de cinza?
Tanto faz. Daltonismo mesmo. Até sabia, as vezes, que as cores tavam lá, mas o cheiro era tão ruim. Era mofo verde que virou vermelho. Era mofo de estar zumbi.
Ele queria algo sujo e crú. Mas não com ela. Não pra mostrar ao mundo. Um mostrar de cara limpa e peito aberto. Não. Só com a mascára pra bem esconder os traços babuínos. E o cheiro, ninguém sente? Ou serve de atrativo?
Sempre apresentada como espelho.
Que espelho? Ela queria vida de verdade! Mas que que isso é? Existe? Conte-me mais...
Nāãão. Ela queria a verdade dita sonho. Mas foi sonho dito verdade.
A propaganda é a alma do negócio!
Ela ainda tá pensando se propaga a notícia. Chances are...ela foi a última a saber. Ou a processar que era aquilo mesmo que ela vira. Interpretação. Por ele. Quase um Oscar. Dela. Se achava preparada pra passar em vestibular. Teve que reler tudo. E de novo. E de novo. Ainda. Mas ainda não consegue bem, ou mal, admitir. E assim, fica impedida. Por onde romper o ciclo? Cega, surda, muda, sem tato. O paladar provou-se podre.
Fungo pensa? No teatro, talvez.
Limite
Antes eu tinha medo do espaço. Infinito.
Agora, tenho medo desse espaço em mim. Menos infinito.
Agora, tenho medo desse espaço em mim. Menos infinito.
Laranja
Estar só na multidão não era afinal o pior sentimento de solidão. Arrasador é descobrir que sua "cara metade" era isso mesmo. Alguém que te fez pessoa pelo meio, em vez de somar ao teu ser.
Monday, May 21, 2012
Bitter sweet
I 've never wondered I would become such a bitter sweet.
I burn the tongue, I scratch the eyes,
while I melt through.
I never come back the same way.
The sweetness goes around,
the bitter concentrates.
Such a candy sweet heart in the surface. None wonders what would've happened with the core though.
Monday, February 27, 2012
Introdução-semMeio-eFim
Ainda me sei afortunada, mas não mais me sinto. Por vezes, sinto nada. Por nada, às vezes, sinto.
Ensaio brincar com palavras, e crio e finto
a mim mesma. Tonta por vezes me faço, por vezes me passo, por vezes me sinto.
Zonzeira do desabafo, afastam-se os laços com aquele menino. Meu peito ficou no espaço, não era aço, era ninho. Agora, por entre os traços, se afrouxa a trama, um desembaraço. E criam-se em novos passos tantos pedaços, um infinito. Oh que destino esparso! Tanto faço, e me desvaneço em sino. Um trato pra descobrir que o tácito traria a fim toda quimera em mim.
Alice e a ambiguidade
"Corre, coelhinho!
Mas cuidado!
Para não deixar a vida passar
preocupada com o passar
do tempo"
Mas cuidado!
Para não deixar a vida passar
preocupada com o passar
do tempo"
Contemplação
Um olhar denuncia
cobiça
ou renúncia.
Como gostaria de rever meu próprio reflexo
ao voltarem-se esses olhos para
a primeira opção.
cobiça
ou renúncia.
Como gostaria de rever meu próprio reflexo
ao voltarem-se esses olhos para
a primeira opção.
Créditos
Um bando de frases feitas cruzam por entre as orelhas. A cada segundo, nova palavra desponta pelo avesso das pálpebras. Quem sabe esse filme ainda tenha bonus pós créditos (ou promessa de)...
Escolha de Personagens
Enquanto um decide voltar-se a plenitude despretensiosa do cotidiano do andarilho, o outro (que nisso certa vez já encontrara paz) deseja retomar sonhos heróicos.
Eles, se movem agora por razōes distintas. E o mundo continua o mesmo, contudo destinto.
Eles, se movem agora por razōes distintas. E o mundo continua o mesmo, contudo destinto.
Wednesday, February 22, 2012
Paixão expressa
Terrível o sucesso em sufocar o passional em si.
Ou cria-se um vegetal, ou uma besta.
Ou cria-se um vegetal, ou uma besta.
Presença
Quando ele chega,
já nao mais lhe consome
aquele calor que lhe enchia o ser,
inflava os pulmōes tanto que lhe faltava ar,
lustrava-lhe os olhos,
umedecia-lhe a boca...
... e o resto
Quando ele chega,
é bom. Ja voltou a ser...bom.
Mas nao que lhe faça pular feliz antes das 7;
Nao que lhe faça pular noites de sono, por esse ou outro motivo;
Nao que lhe mova;
Nao que lhe faça sentir
querer...
Quando ele chega, é a certeza de jamais poder ter vivido o que nao existira
Embora certas sejam as teimosas lembranças de tal tempo.
Quando ele chega,
é o vazio que ficou,
é a benção que se despiu
de todas as promessas
é a admiração que se foi
mutuamente
é ter se afastado da visão daqueles olhos;
é ter curado a cegueira;
é sentir-se míope;
é se ver através das lentes
trocadas por conveniencia,
focadas
lá e cá.
Diferentes processos de revelação
e entender que muito mais do que se espera
nao passava de negativos
guardados em lugares secretos
ou apenas memórias
Quantos mais?
Quando ele chega,
é ver as nítidas cores de um slide
tornarem-se apagadas,
indesejadas,
ou apenas distantes
É sentir o sufocar
dos belos versos
que nao mais tem porque existir,
que de fato ja não mais existem,
pois aqueles palavras ja se referem ao que nunca foi.
Quando ele chega,
é promessa de complitude
que se foi.
É arrepender-se por nao manter seus segredos.
É ponderar.
Possível querer d'outro jeito
o que ja se pensou ter mais que o querido?
E duvida.
Mais do que confiar no que se alcança do outro,
confiar no que se faz capaz de ver,
confiar em si.
Quando ele chega
é perder-se nas brumas
é sentir-se abandonada por desejos
dele, seus;
é sentir só
amor
tão só
quanto amor pode passar a ser.
já nao mais lhe consome
aquele calor que lhe enchia o ser,
inflava os pulmōes tanto que lhe faltava ar,
lustrava-lhe os olhos,
umedecia-lhe a boca...
... e o resto
Quando ele chega,
é bom. Ja voltou a ser...bom.
Mas nao que lhe faça pular feliz antes das 7;
Nao que lhe faça pular noites de sono, por esse ou outro motivo;
Nao que lhe mova;
Nao que lhe faça sentir
querer...
Quando ele chega, é a certeza de jamais poder ter vivido o que nao existira
Embora certas sejam as teimosas lembranças de tal tempo.
Quando ele chega,
é o vazio que ficou,
é a benção que se despiu
de todas as promessas
é a admiração que se foi
mutuamente
é ter se afastado da visão daqueles olhos;
é ter curado a cegueira;
é sentir-se míope;
é se ver através das lentes
trocadas por conveniencia,
focadas
lá e cá.
Diferentes processos de revelação
e entender que muito mais do que se espera
nao passava de negativos
guardados em lugares secretos
ou apenas memórias
Quantos mais?
Quando ele chega,
é ver as nítidas cores de um slide
tornarem-se apagadas,
indesejadas,
ou apenas distantes
É sentir o sufocar
dos belos versos
que nao mais tem porque existir,
que de fato ja não mais existem,
pois aqueles palavras ja se referem ao que nunca foi.
Quando ele chega,
é promessa de complitude
que se foi.
É arrepender-se por nao manter seus segredos.
É ponderar.
Possível querer d'outro jeito
o que ja se pensou ter mais que o querido?
E duvida.
Mais do que confiar no que se alcança do outro,
confiar no que se faz capaz de ver,
confiar em si.
Quando ele chega
é perder-se nas brumas
é sentir-se abandonada por desejos
dele, seus;
é sentir só
amor
tão só
quanto amor pode passar a ser.
Tuesday, February 21, 2012
Somewhere over the rainbow, running away from the witches
Uma mudança de direção. Não seria melhor uma publicação virtual e anônima? Sim, essa poderia ser uma solução temporaria, pensou ela (em uma das poucas vezes em que se pensava discursando em primeira pessoa). Assim, embora deixasse jorrarem as palavras que lhe inundavam o crânio (como quisesse aliviar um vortex na meninge causando vacuo em seu coração), apaziguaria igualmente o estranho desconforto em se ter despido a alma, postada em papel.Conveniente. Incrível como essa palavra lhe veste ultimamente.
As palavras estariam ali, mas apenas para quem as encontrasse. Diferente do moleskine de costume, mas fácil serem encontradas por estranhos. E estranhos nao conhecem o suficiente para que aquelas palavras permitam compreender sua historia. No máximo, alguém poderá, quem sabe, ver ali uma leitura daquilo que gostaria também de dizer; pois que quando lemos as palavras passam as nos pertencer e a leitura importa mais do que o que foi escrito. E, assim, encontrar alívio naquelas palavras tanto quanto ela ja encontrara em tantos autores que melhor que ela descreveram suas dores e alegrias, tédio e climax, sonhos e cair das nuvens.
Seus textos emitem ainda certo grau de abstração; porém, agora, incontestavelmente, imprimem algo de forma mais pessoal e direta. O tempo dos versos e frases que em si declaravam tanto dando vez a longos textos, nem sempre demonstrando brilhante cognição. Melhor dizer, invariavelmente denunciando confusão. Desejando traçar belas palavras, mas não encontrando porque. Inundada por magoa tão profunda que não se resume. Vivia algo que parecia nao existir. E, no fim, nao mesmo existira. Deseja agora que todo esse vazio seja igualmente um deslize de percepção. Buscando encontrar algo que lhe torne vivos os olhos mais uma vez.
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